Esses últimos dois anos foram difíceis, não só para mim, mas para todos nós. Pós-pandemia, recomeçar é sempre um desafio, mas recomeçar depois de tudo o que aconteceu em 2020, 2021 e 2022 é ainda mais complicado.
Bem, começamos falando de 2020, o início da pandemia. Pois bem, perdi meu emprego entre fevereiro e março. Foi difícil no começo, eu fiquei indignada, transtornada, sem saber o que fazer. Depois, com o passar dos meses, vi que foi algo bom. Só depois que saí percebi o quão cansada eu estava daquele serviço. Peguei Covid-19 em junho de 2020 pela primeira vez. Fiquei muito mal, achei realmente que iria morrer. O medo tomou conta, e a incerteza invadiu cada músculo do meu corpo. Então, depois de 15 dias trancada em casa, melhorei. O medo não foi embora, só trouxe mais um companheiro: a insegurança, e junto com ela, a paranoia. Fazer tarefas que antes seriam fáceis agora era como matar um leão por hora (rs). A ida ao supermercado não era mais prazerosa, era desesperadora. O medo de pegar Covid novamente e não resistir era ainda maior.
No final de 2020, arrumei um emprego temporário de 3 meses, e foi aí que comecei a relaxar mais.
No início de 2021, as pessoas começaram a sair, a se divertir, e então começaram os eventos. Fui convidada para trabalhar na praia, e foi aí que comecei um novo capítulo: Fernanda, a bartender (rs). Comecei com um cliente, e a rede foi crescendo. Hoje, tenho muitos e até contrato outras pessoas. Também comecei a procurar cursos na área administrativa. Comecei com um curso de assistente administrativo, gostei, e então iniciei o técnico administrativo. Tem sido muito difícil, mas termino agora, em abril de 2023.
Comecei a trabalhar novamente, dessa vez como freelancer. Bem, na verdade, é mais como um emprego não registrado (kkk). Comecei em novembro de 2020, trabalhando com meu primo. Ele até me pagava direitinho, mas não era na carteira assinada, e sabemos que isso não é bom (rs). Enfim, em agosto de 2022, tive a oportunidade novamente de um serviço temporário, o mesmo que mencionei antes, no TRE da minha cidade.
Foi difícil dizer ao meu primo que não ia mais trabalhar com ele. Não gosto de decepcionar as pessoas, me sinto mal e culpada. Para mim, foi muito difícil dizer a ele. Sentia como se estivesse o traindo, mas então ele descobriu, e confirmamos que eu continuaria ajudando ele, porém só receberia comissão pelo que eu vendesse. Assim, foi. Fiquei de agosto a novembro no TRE e, quando rescindi meu contrato, voltei a ficar só com meu primo. Porém, ele decidiu voltar com a ex-mulher dele, que no passado me fez muito mal. Já havia trabalhado com ele anteriormente, mas parei porque ela me humilhou muito. Para mim, a gota d'água foi quando ela me cobrou pelo presunto na geladeira, sendo que não fui a única a comer. Quer dizer, eu não podia ir almoçar, era para eu ficar lá e passar fome. Enfim... ela voltou a morar com ele e não me senti confortável para ir lá. Antes, eu fazia tudo para ele: lavava a roupa, limpava a casa, lavava a louça. Isso porque ele vivia sozinho e viajava muito. Mas ela veio morar com ele, e esperava que eu fizesse tudo para ela, me mandava mensagem às 6 da manhã para eu ir ficar com a Gaby. Tem noção?
Aí, comecei a não ir mais. Fazia o que dava de casa, e quando precisava despachar mercadoria, só ia lá pegar. Ele não me pagou os meses de dezembro e janeiro de 2023. Minha sorte foi que eu tinha um dinheiro guardado e também trabalhei muito no final do ano como garçonete e bartender.
Agora, estou aqui, em fevereiro de 2023, sem ter onde morar, pois minha mãe me colocou para fora de casa por causa do meu cachorro (rs). Sem saber o que fazer, desesperada.
RESUMINDO: 2023 até agora teve 57 dias e eu já decidi: este foi o pior ano desde 2020.
Eu tento ser positiva, mas o rumo que as coisas estão tomando não ajuda. Pior que até para morrer está caro (rs). Mas vou me esforçar. Caso não tenham mais notícias minhas, é porque decidi que cheguei no meu limite de sofrimento (rs).
Adeus e obrigada por me permitir desabafar. Faltam-me amigos para isso. 🥲
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